Resumo: Este trabalho tem como objetivo perceber como se deu a atuação dos intelectuais e artistas de esquerda no poder público, mais especificamente, na gestão da Fundação de Cultura de João Pessoa [FUNJOPE] (2005-2008). Houve uma organização massiva desses intelectuais e artistas em torno da candidatura do prefeito Ricardo Coutinho como representante dos anseios da esquerda, no espectro político paraibano. Desse modo, a herança romântico-revolucionária desse grupo contribuiu para uma política cultural nos moldes do “nacional popular” Gramsciano adaptado pelos movimentos da década de sessenta. Durante essa gestão ocorreu um direcionamento de uma política cultural voltada para a valorização dos artistas locais e da cultura popular tradicional como símbolos da identidade cultural Pessoense. Entretanto, o tratamento em relação aos grupos populares manteve um caráter “romântico – revolucionário” de ‘resgate’ das tradições populares. Para os artistas e intelectuais da Fundação, uma política pautada na valorização da cultura popular seria uma maneira de se contrapor a lógica da “indústria cultural”, como é definida por Theodor Adorno. Todavia, apesar da abertura para a participação de artistas locais e grupos populares, notamos que a política de cultura da gestão da FUNJOPE continuou tendo como eixo central a realização de eventos para fins de entretenimento.
Autora: Bárbara M. Duarte Teixeira Lira da Silva
Ano: 2010